25.7.06

LANCIA

Requintados, elegantes, confortáveis, mas nunca excessivos. Estas são as características que os amantes de um bom automóvel sempre atribuíram aos carros da marca italiana LANCIA, que ao longo de sua história conservou a ambição de querer ser a alternativa italiana à Mercedes-Benz.
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A história
Tudo começou no dia 29 de novembro de 1906, em pleno outono, na cidade de Turim quando Vicenzo Lancia, piloto de testes da Fiat e filho de um rico industrial da área de alimentos, juntou 50 mil liras para fundar a sua própria montadora em conjunto com o colega Cláudio Fogolin. Imediatamente a LANCIA se estabeleceu como uma empresa inovadora. O primeiro modelo, o “Alpha”, apresentado em 1907, encantava pela sua elevada potência, chegando a atingir impressionantes 90 km/hora na época. O segundo automóvel, batizado de DiAlfa, foi lançado já em 1908. Foram produzidas 23 unidades. Nos anos seguintes, a LANCIA se dedicou a fazer carros para a classe média italiana, caracterizando-se pelas inovações técnicas.
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Uma das tradições da marca foi o uso de letras do alfabeto grego para designar seus carros. Essa idéia, dada pelo irmão do fundador, Giovanni (estudioso de línguas clássicas e professor de literatura), se firmou já nos primeiros anos, com o lançamento do Beta em 1909, seguido pelo Gamma em 1910 e o Delta em 1911. A montadora italiana começou a construir caminhões em 1911, utilizando o chassi de um dos modelos produzidos por ela própria. A receita para o sucesso da LANCIA nestes primeiros anos era a classe, o luxo, o desempenho e uma boa fatia de inovação. Em 1913, o modelo Theta foi o primeiro carro europeu com partida elétrica. E as inovações não pararam por aí. Em 1919, após a Primeira Guerra Mundial, apresentou o Kappa, com motor V12, logo seguido pelo DiKappa e pelo TriKappa, já com motor V8 com comando de válvulas nos cabeçotes.
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Em 1922, ao lançar no mercado o modelo Lambda, a LANCIA apresentou o primeiro automóvel com suspensão dianteira independente, freios nas quatro rodas, chassis monobloco e túnel de transmissão, que permitia rebaixar em muito a carroceria. Rápido, seguro, ágil e sofisticado, o carro personificava todos os atributos que hoje definem o “Granturismo” (palavra que significa prazer de viajar ao volante de um automóvel potente, confortável, elegante e com “classe”), e se tornou um enorme sucesso na Itália.
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Em 1933, o modelo Augusta foi introduzido no mercado com estrutura monobloco, e já no ano de 1937, aparecia o Aprilia, um automóvel compacto de 4 portas cujo sucesso se deveu em grande parte ao preço competitivo, concebido e testado em túnel de vento, que inaugurou uma nova fase para a montadora italiana. Nesse mesmo ano Vincenzo Lancia morreu precocemente de ataque cardíaco aos 56 anos. Com o início da Segunda Guerra Mundial, a montadora reduziu muito a produção de automóveis civis para se dedicar a produção de equipamentos e materiais bélicos. Com o fim do conflito, aos poucos, a LANCIA retomou a produção. Em 1950, a LANCIA apresentou o Aurelia, um automóvel inovador equipado com motor V6 dianteiro e transmissão com câmbio e tração traseira.
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No ano seguinte, foi lançado o Aurélia GT, que foi considerado o primeiro veículo de grande turismo, tornando-se num autêntico sucesso de vendas. Apesar dos vários modelos inovadores, nos anos 60 e 70, como o Flavia, primeiro automóvel da montadora com tração dianteira, e que ganharia injeção eletrônica em 1965; o Fulvia (1966), um cupê que agradou ao gosto do público, sobretudo jovem; e o Stratos (1972), um automóvel de linhas irreverentes; a LANCIA ficou mais conhecida por seu sucesso nas pistas de rali, com o Fulvia e o Stratos (equipado com um motor V6 Ferrari, e considerado até hoje um dos melhores carros já construídos para provas de rali).
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A LANCIA em uma tentativa de produzir automóveis de elevada qualidade começou a ter problemas financeiros o que culminou com sua venda para o Grupo FIAT em 1969, iniciando assim um nova fase destinada a fabricar automóveis inovadores. Uma década mais tarde, em setembro de 1979, a LANCIA apresentou no Salão de Frankfurt o automóvel de pequeno/médio porte chamado Delta. O desenho do mestre Giorgio Giugiaro combinava-se à plataforma e à mecânica do Fiat Ritmo/Strada, com as devidas alterações para melhor desempenho e comportamento dinâmico. O modelo Delta foi um dos maiores sucessos da LANCIA em sua história. Em 1982, sua linha de automóveis crescia ainda mais com a apresentação do Prisma, um carro três volumes; e o Thema, que representou o relançamento da indústria italiana no segmento dos sedãs luxuosos.
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O LANCIA Y, um pequeno utilitário de linhas originais apresentado em 1995, foi o primeiro veículo produzido em grande escala disponível em mais de cem cores de carroceria, resultado que foi possível devido a alguns fatores de excelência industrial da marca italiana. Ainda neste ano, a marca italiana começou a exportar seus automóveis para os Estado Unidos. A LANCIA sofreu muito com a grave situação financeira que o Grupo FIAT atravessou entre 2000 e 2004, e à luz do seu prestigioso passado merecia esforços e investimentos mais consideráveis.
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Em 2006, para comemorar seu centenário de vida, a LANCIA encomendou um protótipo ao estúdio Fumia Design. Apresentando em 2006 na cidade de Tóquio, o protótipo batizado de LANCIA FUMIA, a montadora italiana pretendeu mostrar o objetivo que sempre teve ao construir seus automóveis: estilo e funcionalidade. Atualmente, o modelo mais refinado da marca é o Thesis. Os outros modelos são o Ypsilon (mais de 200 mil unidades vendidas na Itália desde seu lançamento em 2003); o monovolume Musa (derivado do Fiat Idea), o Phedra, modelo que compartilha a plataforma com o Fiat Ulysse, e o recém-lançado Delta.
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A linha do tempo
1996

Lançamento do LANCIA YPSILON, um automóvel compacto e mini com design extremamente arrojado.
2001
Lançamento do LANCIA THESIS, um sedã de porte médio-grande com linhas retro e modelo mais sofisticado e luxuoso da montadora italiana.
2002
Lançamento do LANCIA PHEDRA, uma van de tamanho grande comôda e espaçosa.
2004
Lançamento do LANCIA MUSA, um elegante mini-monovolume compacto, que passou por uma reestilização no início de 2008.
2008
Lançamento do LANCIA DELTA, um automóvel de pequeno porte voltado para a família, baseado no FIAT BRAVO.
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O sucesso nas pistas
A LANCIA fez enorme sucesso em competições esportivas pelo mundo afora. Entre muitos pilotos famosos, o penta-campeão mundial Juan Manuel Fangio guiou para a LANCIA na década de 50 na Fórmula 1 e em competições célebres como a Carrera Pan-Americana de 1953. O modelo D50 foi o ponto alto da marca na F-1: lançado em 1955, venceu duas provas pilotado por Alberto Ascari. Com a morte do piloto em um acidente, a LANCIA se retirou do campeonato transferindo toda sua operação para a Ferrari. Mas, foi competindo no rali, que a marca italiana adquiriu boa parte de seu prestígio e fama. Com o modelo Fulvia a montadora conquistou o título mundial de construtores na WCR em 1972. Ainda nesta década, o modelo Stratos garantiu mais três títulos mundiais, em 1974, 1975 e 1976. A sofisticada tecnologia da montadora dominou sem rivais o mundo das corridas com o Lancia Delta HF Integrale 16 V, que durante seis anos consecutivos, entre 1987 e 1992, conquistou o título mundial de construtores do campeonato de rali.
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A evolução visual
O tradicional logotipo da marca italiana foi criado por Count Carlo Biscaretti di Ruffia. Recentemente, em 2007, o icônico logotipo foi reestilizado, ganhando um visual mais moderno.
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Dados corporativos
● Origem: Itália
● Fundação:
29 de novembro de 1906
● Fundador:
Vincenzo Lancia e Cláudio Fogolin
● Sede mundial:
Turim, Itália
● Proprietário da marca: Fiat Group Automobiles S.p.A.
● Capital aberto: Não (subsidiária)
● Chairman:
Luca di Montezemolo
● CEO:
Olivier François
● Faturamento:
Não divulgado
● Lucro:
Não divulgado
● Produção anual: 150.000 unidades
● Presença global: 50 países
● Presença no Brasil: Não
● Funcionários: 5.500
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Automóveis
● Ícones:
As letras do alfabeto grego que batizam nomes de seus carros
● Website:
www.lancia.com
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A marca no Brasil
No Brasil, a presença da LANCIA foi sempre discreta. Antes da Segunda Guerra Mundial, foram importados principalmente modelos de grande porte, para consumidores da classe alta. Alguns exemplares esportivos disputaram provas em Interlagos até a década de 60, mas nunca houve uma importação regular e há pouquíssimos exemplares da marca no país.
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A marca no mundo
Parte do grupo Fiat e com uma produção restrita a cerca de 300 mil unidades por ano (em 2009 a marca vendeu pouco mais de 150.000 veículos), a LANCIA é hoje uma marca de prestígio que comercializa seus automóveis em quase 50 países ao redor do mundo.
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Você sabia?
A LANCIA, desde que foi adquirida pela FIAT, sempre foi posicionada como uma marca mais de luxo da tradicional montadora italiana.
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As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
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Última atualização em 11/2/2010

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