16.11.10

ALSTOM

A ALSTOM é poderosa. Isto pode ser medido pelas relações estreitas, e muitas vezes perigosas, com os principais governos das nações mais ricas e desenvolvidas do mundo. Mas, o poder da empresa francesa pode ser mesmo medido quando milhões de pessoas no mundo se movimentam pelas cidades de forma ordenada ou recebem iluminação em suas casas. A ALSTOM, definitivamente, é um gigante de proporções devastadoras para qualquer economia mundial.
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A história
Tudco começou no período após a Primeira Guerra Mundial, quando a eletricidade começava a ganhar impulso. As origens da ALSTOM datam exatamente desta época, quando em 1928 a empresa foi originalmente constituída com a denominação Compagnie Générale d’Electricité’s Alsthom, resultado da fusão de três companhias: Société Alsacienne de Constructions Mécaniques (fundada em 1826 e tradicional produtora de máquinas têxteis, máquinas gráficas de papel e tecidos, motores diesel, caldeiras, geradores e até cabos de comunicação), Compagnie Générale d'Electricité (CGE) e Compagnie Francaise Thomson-Houston. O nome da nova empresa, que iria atuar na área de energia, foi derivado da região onde foi fundada (Alsácia, leste da França) e do engenheiro elétrico britânico Elihu Thomson, fundador de uma das empresas que se fundiram. Era a simples contração de ALSácia-THOMson. A primeira fábrica da empresa estava localizada em Belfort. Pouco depois, em 1932, a empresa adquiriu a Constructions Electriques de France, fabricante de locomotivas elétricas, assim como equipamentos hidráulicos e elétricos. Foi a partir deste momento que o transporte passou a fazer parte dos negócios da empresa.
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Nas próximas décadas a empresa se desenvolveu muito no mercado francês. Em 1975, forneceu as primeiras peças fixas da estrutura para o desvio do Rio Paraná no projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Desde essa época, forneceu para a usina: gerador, regulador de tensão, turbina, sistemas auxiliares do gerador de proteção, de monitoramento, auxiliares da turbina, regulador de velocidade, e Sistema Digital de Supervisão e Controle. Em 1976, aconteceu a fusão da empresa com Chantiers de l’Atlantique, que agregou ao portfólio os produtos marítimos. No final desta década, em 1978, a empresa entregou o primeiro TGV (trem de alta velocidade) para a SNCF, uma companhia estatal francesa de trens. Em 1986, a fábrica de belfort recebeu a encomenda para a fabricação da maior turbina a gás do mundo. Três anos mais tarde uma nova fusão com a britânica GEC (The General Electric Company) deu origem a GEC Alsthom. Desse momento em diante a empresa iria iniciar uma enorme expansão internacional, já que o mercado francês não era suficiente para seus ambiciosos planos. Em 1998, a empresa abriu seu capital na Bolsa de Valores de Paris e adotou oficialmente o nome de ALSTOM, sem a letra H.
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A partir de 2001 a ALSTOM ingressou em uma crise profunda, devido a problemas em turbinas desenvolvidas na virada do século e fracassos de sua divisão naval (apesar de deconstruir o Queen Mary 2, então maior transatlântico do mundo), que seria vendida em 2006. Os problemas financeiros devido aos reparos das turbinas GT24 e GT26 quase levaram a empresa a falência. O resultado da crise foi refletido no mercado financeiro: em 12 de março de 2003, as ações da empresa eram cotadas a apenas €1.36. E foi preciso uma enorme ajuda financeira do governo francês para que a ALSTOM fosse capaz de se recuperar. Apesar de nos anos seguintes a ALSTOM ter voltado a dar lucro, aumentado consideravelmente seu faturamento, e adquirido empresas importantes (como as atividades de alta tensão do grupo RITZ, trazendo expertise no campo dos transformadores de alta tensão), a multinacional francesa esteve envolvida em vários escândalos. A empresa é investigada na Suíça, na França e no Brasil, pela suspeita de ter pago suborno a políticos de São Paulo, durante o governo Geraldo Alckmin, em troca de favorecimentos em encomendas públicas, da CPTM (trens) e do Metrô de São Paulo, em um escândalo que ficou conhecido como “Escândalo do caso Alstom”. Segundo matéria do jornal The Wall Street Journal, a ALSTOM teria paga US$ 6.8 milhões de propina para obter um contrato com o Metrô de São Paulo.
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Apesar disso, seu poder parece inabalável: entre os metrôs que possuem seus equipamentos em operação estão o de Londres, Paris, Nova York e Cingapura, além do trem-bala Eurostar, que passa por baixo do Canal da Mancha e liga Inglaterra e França. No Brasil, é líder no fornecimento de equipamentos e serviços para usinas hidrelétricas e térmicas, respondendo por mais de 60% da capacidade instalada. Entre as usinas que possui equipamentos da empresa estão Itaipu e Tucuruí. No setor de transporte participa, entre outros, dos metrôs de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
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Em 2007, um trem de alta velocidade desenvolvido pela empresa bateu o recorde de velocidade, atingindo 574 km/h em uma viagem que reuniu ministros franceses, chefes de Estado e jornalistas. Recentemente, em fevereiro de 2008, a empresa apresentou o AGV (Automotrice Grande Vitesse), sua nova e moderna geração de trens de altíssima velocidade, capaz de operar a uma velocidade comercial de 360 km/h e com um consumo de energia 20% menor. Além disso, a empresa francesa aposta muito no VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), uma espécie de metrô aberto. Isto porque, o VLT é uma nova solução de transportes sustentável por utilizar energia limpa e por sua capacidade de transporte, sendo considerado uma solução ultra moderna contra a poluição e o congestionamento no centro de grandes cidades. VLT tem capacidade para transportar mais de 400 passageiros por viagem, o mesmo que 100 carros ou 6 ônibus. Pode ainda contar com uma tecnologia de ponta com alimentação de energia pelo solo sem o uso de catenárias – o que preserva centros históricos. Hoje, mais de 1.100 VLT da ALSTOM estão em operação em 29 cidades como Paris, Dublin, Nice, Bordeaux, Lyon, Roterdã, Madri, Melbourne, Jerusalém, Istambul e Dubai.
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A evolução visual
A identidade visual da empresa mudou inúmeras vezes no decorrer de sua história, principalmente resultado da várias fusões que ocorreram. O primeiro logotipo, quando ainda o nome era escrito ALSTHOM, possuía um ponto separando as sílabas ALS e THOM. Este ponto seria removido dois anos mais tarde. Somente em 1998 o nome passou a ser ALSTOM sem a letra H e a empresa adotou a identidade visual atual.
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Os slogans
We are shaping the future.
More and more people need Alstom.
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Dados corporativos
● Origem: França
● Fundação: 1928
● Fundador: Fusão de três empresas
● Sede mundial: Levallois Perret, França
● Proprietário da marca:
Alstom S.A.
● Capital aberto: Sim (1998)
● Chairman & CEO: Patrick Kron
● Faturamento: €19.7 bilhões (2009)
● Lucro: €1.21 bilhões (2009)
● Valor de mercado: €9.9 bilhões (novembro/2010)
● Presença global: 70 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 96.500
● Segmento:
Infraestrutura de energia e transporte
● Principais produtos: Composições de metro, trem e VLT, turbinas e geradores
● Slogan: We are shaping the future.
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A marca no Brasil
A ALSTOM iniciou sua atuação no país em 1985 através da aquisição da Mecânica Pesada S.A, empresa fundada em 1955. Pouco depois, em 1989, as empresas MASA e Balteau são incorporadas. Em 1995, iniciou atividades no setor de sinalização ferroviária, com a compra de 60% das ações da CMW Equipamentos S.A, que seria adquirida definitivamente dois anos depois. Em 1999 ingressou no segmento de equipamentos elétricos de alta tensão. A partir do novo milênio a ALSTOM, através de aquisições, expandiu seus setores de Transmissão & Distribuição e Energia. Em 2005 inaugurou uma nova fábrica em Minas Gerais. A inauguração da unidade de painéis eletrônicos marcou o ingresso da empresa em uma nova atividade, a fim de melhor atender os mercados de Power Conversion: siderurgia, mineração e petróleo e gás. Pouco depois, em 2007, inaugurou a unidade Bandeirantes, um novo complexo para integrar os setores de energia e transporte. Hoje em dia, embalada pelas obras do PAC nas áreas de transporte e energia, a filial brasileira deve crescer muito, se consolidando como uma das seis maiores subsidiárias do grupo no mundo.
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Atualmente, os mais de 4 mil funcionários no Brasil estão divididos entre a unidade Bandeirantes, na capital paulista, onde concentra profissionais dedicados ao desenvolvimento de projetos e soluções e áreas administrativas; a fábrica de trens, localizada no bairro da Lapa, também em São Paulo; a fábrica de equipamentos para energia hidrelétrica em Taubaté, interior do Estado de São Paulo, além de funcionários que trabalham em instalações de clientes por todo o país. E foi graças a essas fábricas que a empresa conseguiu exportar vagões para o metrô de Nova York e turbinas para o complexo hidrelétrico de Três Gargantas, na China. Nos últimos cinco anos, a ALSTOM produziu no Brasil mais de 400 carros de metrô.
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A marca no mundo
Hoje em dia a ALSTOM, uma das principais empresas mundiais na área de infraestrutura de energia e transporte, está presente em mais de 70 países. A empresa francesa atua primariamente em dois segmentos: ALSTOM TRANSPORT (indústria de materiais ferroviários), como por exemplo, composições de alta velocidade, trens urbanos, metros, e veículos lives sobre trilhos; e ALSTOM POWER (produção de energia), que atua na construção de usinas, equipamentos como turbinas e geradores, além da prestação de serviços. Dentro de seus ramos de atuação, a ALSTOM é líder mundial em plantas energéticas, produção de turbinas, serviços de geração de energia, sistemas de controle de qualidade de ar, trens de alta velocidade (domina o mercado global com 75% de participação) e trens urbanos. No dia 7 de junho de 2010, foi formada uma terceira divisão de negócio da empresa, batizada de ALSTOM GRID, resultado da aquisição da atividade de Transmissão da Areva T&D, estando entre os três maiores grupos especializados em transmissão de energia elétrica. Esta aquisição, no valor de €2.3 bilhões, dá uma nova dimensão ao Grupo, que passa a ter, com suas três atividades, um faturamento superior a €23 bilhões e empregar mais de 96.000 pessoas.
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Você sabia?
Nos últimos 25 anos trens de alta velocidade da empresa transportaram mais de 1.5 bilhões de passageiros sem registrar qualquer acidente fatal.
Aproximadamente 25% de toda energia gerada no mundo passa por equipamentos da ALSTOM.
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As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
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Última atualização em 16/11/2010

3 comentários:

Anônimo disse...

Essa empresa é simplismente gigante!
òtimo site!

F.ponto disse...

Mais uma vez parabens seu site é excelente

Anônimo disse...

Excelente! Muito bom mesmo, não deixou a desejar em uma única informação se quer.