23.10.12

ASHLEY MADISON


Imagine um site que ofereça a facilidade de se conseguir uma “pulada de cerca” de forma rápida e discreta. Pois é exatamente isso que propõe ASHLEY MADISON, um nome capaz de tirar do sério e enfurecer desde líderes religiosos, senhoras católicas, conservadores e defensores dos bons costumes e da união familiar. Polêmico e controverso, mas com milhões de adeptos em vários países do mundo, o site ousa proporcionar aos seus usuários relacionamentos casuais e fora do casamento, sendo acusado por muitos de promover a traição. Polêmicas a parte, milhões de pessoas compartilham da mesma ideia, transformando ASHLEY MADISON em um verdadeiro fenômeno liberal e adúltero.

A história
Tudo começou quando o canadense Noel Biderman, então um agente de atletas profissionais em Chicago, leu uma entrevista de um jornalista americano que lhe chamou a atenção e despertou seu atinado faro para os negócios. A matéria dizia que 30% das pessoas cadastradas em sites de relacionamentos e namoros não eram solteiras. Ou seja, eram casadas ou comprometidas, com relacionamento estável. Foi então que o visionário Noel Biderman (que apesar de estar todo à vontade na foto abaixo, é casado e, jura ser fiel) resolveu criar um site que causaria uma enorme polêmica. A ideia por trás do novo negócio era bastante simples: um site que parecesse atender as mulheres que procuram um parceiro adúltero, enquanto na verdade, atrairia homens que procuram as mulheres para uma ligação adúltera. Batizada de ASHLEY MADISON (apenas os dois nomes mais populares para meninas registrados naquele ano), a empresa foi criada no final de 2001 na cidade de Toronto, e o site entrou oficialmente no ar no dia 21 de janeiro de 2002. O polêmico empreendimento oferecia um ambiente para quem era casado, ou tinha uma relação estável, poder encontrar parceiros na mesma situação e ser aberto e honesto sobre o que estava procurando.


Nos anos seguintes, aos poucos, o site de relacionamento foi ganhando cada vez mais adeptos em várias cidades americanas e canadenses. Na mesma proporção do aumento de sua popularidade, ASHLEY MADISON também despertava a fúria de cidadãos e organizações, especialmente religiosas, que constantemente acusavam o site de incentivar o adultério, promover a promiscuidade e construir um negócio em cima de corações partidos. Além disso, adotando um slogan que indicava claramente sua filosofia, “A vida é curta. Tenha um caso” (“Life is short. Have na Affair”), o site começou, em algumas vezes apenas tentou, anunciar em vários veículos de comunicação, fato que causou ainda mais polêmica, como aconteceu recentemente, quando a Fox, uma das maiores redes de TV dos Estados Unidos, recusou-se a aceitar um comercial do site que deveria ser veiculado durante o Super Bowl, a final da liga do futebol americano profissional, sob a alegação de que era “inadequado” ao público. O Facebook seguiu o mesmo caminho.


Apesar da relutância de inúmeros veículos de comunicação em permitir que a marca anunciasse, ASHLEY MADISON gastou milhões de dólares em publicidade somente nos Estados Unidos, em outdoors, TVs e rádios. Em um de seus comerciais, um casal vive momentos de paixão. E surge o letreiro na tela: “Eles são casados... Mas não um com o outro”. E tem mais, oferecendo serviços pra lá de polêmicos, a marca ganhou enorme espaço em mídias importantes: seu fundador, rotulado por parte da imprensa como “destruidor de lares”, já participou de alguns dos principais programas de TV dos Estados Unidos, como por exemplo, Ellen Degeneres, Larry King, o noticiário Good Morning America (da rede ABC), sendo também tema de reportagens nas revistas Time e Vanity Fair, e mais recentemente, quando foi a estrela de uma reportagem de capa da conceituada Bloomberg Businessweek sobre a “economia da infidelidade” e a “invenção do mercado do adultério”.


Em 2009, o site lançou aplicativos para iPhone e BlackBerry, que permitiam acessar o serviço pelo celular sem deixar pistas eletrônicas para mulheres e maridos desconfiados. Foi a partir deste ano que a marca iniciou o lançamento de sites locais fora da América do Norte. O resultado desta expansão pode ser comprovado em 2010 quando ASHLEY MADISON, que se tornou uma espécie de Meca digital do adultério, superou a barreira dos 10 milhões de membros no mundo, com presença em países como Austrália, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Áustria, Irlanda, Nova Zelândia e Suécia.


Ao investir US$ 2.5 milhões, o polêmico site desembarcou virtualmente no Brasil na primeira semana de agosto de 2011, oferecendo seus serviços para que usuários encontrem pessoas casadas e solteiras de todos os estados, com o intuito de ter relações casuais. Sua chegada ao país foi um enorme sucesso e em poucos dias bateu o recorde mundial da empresa para um lançamento de site local: 107 mil cadastros de brasileiros, que já tinham gasto no site aproximadamente R$ 1.7 milhões. Mais de 22 mil inscrições foram feitas em pleno domingo do Dia dos Pais, data em que a marca publicou seu primeiro anúncio em um jornal de grande circulação. Em 2012 o site especializado em relações extraconjugais anunciou a aquisição da base de usuários do concorrente Ohhtel. Com isso, ASHLEY MADISON passou a ter um total de 13.5 milhões de cadastrados em 22 países e mais de 520.000 usuários no Brasil.


Como nos sites convencionais de namoro, ASHLEY MADISON oferece aos usuários perfis personalizados, com suas preferências sexuais, conversas on-line e troca de mensagens. Eles não pagam nada para preencher seus perfis e navegar pelos perfis alheios. Só pagam para enviar as primeiras mensagens a quem lhes interessar. As demais mensagens ao mesmo usuário são gratuitas. O site vende um pacote de créditos que pode ser usado para contatar até 20 pessoas e utilizar funcionalidades como salas de bate-papo, acessos a galerias de fotos e envios de presentes, como por exemplo, flores virtuais. É um sistema que os americanos chamam de “pay as you play” (“pague à medida que se divertir”). Apesar de ser voltado para pessoas casadas, não há nenhuma proibição a solteiros que queiram se relacionar com alguém casado. Se dentro do site a discrição é a chave do negócio, fora do ambiente virtual ASHLEY MADISON tem promovido estratégias bem barulhentas para divulgar seus serviços e aposta alto na libido e na infidelidade de milhões de pessoas mundo afora.


A evolução visual
A identidade visual da marca passou por uma radical mudança desde seu lançamento. O atual logotipo tem personalidade e ousadia, principalmente por utilizar a aliança, símbolo do casamento e de uma relação estável, no lugar na letra “o” da palavra MADISON.


Dados corporativos
● Origem: Canadá
● Fundação: 2001
● Fundador: Noel Biderman
● Sede mundial: Toronto, Canadá
● Proprietário da marca: Avid Dating Life Inc.
● Capital aberto: Não
● CEO: Noel Biderman
● Faturamento: US$ 100 milhões (estimado)
● Lucro: US$ 20 milhões (estimado)
● Usuários: 16.2 milhões
● Presença global: 25 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 150
● Segmento: Agência de relacionamentos
● Principais produtos: Relacionamentos casuais e extraconjugais
● Concorrentes diretos: Second Love, eHarmony e Match.com 
● Ícones: A polêmica causada por seus serviços
● Slogan: Life is short. Have an affair.
● Website: www.ashleymadison.com

A marca no mundo
Atualmente ASHLEY MADISON está presente em 25 países ao redor do mundo com mais de 16.2 milhões de membros. O site tem seus maiores mercados nos Estados Unidos e Alemanha. Já o Brasil é considerado um mercado chave, tendo mais de 520.000 membros em pouco mais de um ano de atuação. A receita média por usuário é de US$ 150 durante sua vida útil no site, que gira em torno de dois anos. Apesar de quase todos os homens registrados no site serem casados ou viverem um relacionamento estável, aproximadamente 20% das mulheres são solteiras.

Você sabia?
Além de pessoas comprometidas, a rede também permite a inscrição de homens e mulheres solteiros, garantindo eficiência de 100% quando o assunto é arranjar um parceiro para traições.
“A monogamia, na minha opinião, é uma experiência fracassada”, é uma das frases mais repetidas pelo fundador do site, Noel Biderman.


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Time, Época Negócios e Isto é Dinheiro), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).

Última atualização em 23/10/2012

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