7.11.16

BIANCHI


BIANCHI é muito mais do que uma renomada marca de bicicleta, é paixão, inovação, exclusividade, qualidade e design italiano há mais de 130 anos. Objeto de desejo de 9 entre 10 ciclistas, suas bicicletas com a inconfundível pintura celeste são presença constante nos pódios das principais competições mundiais. 

A história 
Tudo começou no ano de 1885 quando Edoardo Bianchi, um jovem engenheiro de instrumentos cirúrgicos de apenas 21 anos, inaugurou uma pequena oficina de bicicletas na cidade de Milão, na Rua Nirone nº 7. Inicialmente realizava reparos e produzia quadros para bicicletas. Foi a sua capacidade de criação que o distinguiu dos outros construtores da época. Por exemplo, ele reduziu o diâmetro da roda dianteira, com a finalidade de equilibrar a diferença do movimento com à aplicação de uma corrente, que tinha sido inventada pelo francês Frenchman Vincent, para baixar a altura dos pedais e fazer com que ficassem mais leves. Uma das maiores vantagens do novo modo de transporte era a estabilidade, afinal já não eram mais necessárias acrobacias para manter o equilíbrio. Então a partir daí Edoardo desenhou um veículo similar, mas com as rodas ainda menores, sendo as rodas dianteira e traseira do mesmo tamanho e chamou de “o pequeno ferreiro”. Mudou sua oficina da Rua Nirone para a Rua Bertani para ampliá-la e aumentar a produção desse novo modelo. Nesse novo local de trabalho, ele produziu, em 1888, a primeira bicicleta com pneus infláveis, uma invenção do veterinário e engenheiro escocês John Boyd Dunlop.


Em 1897 construiu sua primeira motocicleta em colaboração com Gian Fernando Tomaselli. Ao posicionar um monocilíndrico de quatro tempos no ponto mais baixo do triângulo que forma o quadro, Bianchi colocou o motor onde melhor poderia obter um ponto de gravidade baixo, e por isso, uma condução mais segura. A produção de motocicletas seria definitivamente encerrada em 1967. Desde o início Edoardo sempre se empenhou em trazer melhorias para as bicicletas esportivas, e as competições eram a chance perfeita para o jovem fabricante testar suas novas soluções técnicas antes de levá-las para a produção. Grandes ciclistas estiveram ligados a história de sucesso da marca. O primeiro sucesso internacional da bicicleta esportiva BIANCHI, remonta a 1899, quando Giovanni Tomaselli ganhou o Grand Prix de la Ville de Paris. Foi dessa forma que a aventura da BIANCHI começou. E não somente com as bicicletas. Ainda em 1899, ele fabricou seu primeiro automóvel (com motor de um só cilindro), e começou sua produção em série no ano seguinte. A produção de automóvel seria encerrada com a eclosão da Segunda Guerra Mundial.


Porém o sucesso industrial não fez Edoardo parar com suas pesquisas e inovações. Por exemplo, em 1901, apresentou a primeira bicicleta usando transmissão com eixo cardã. Em 1913, ele inventou o sistema de freio frontal. Ainda neste ano, embora não sendo projetada para corridas, a primeira bicicleta de suspensão total no mundo foi fabricada pela BIANCHI. Já em 1915 produziu uma bicicleta para o exército, com rodas mais largas e quadro dobrável, que tinha também suspensão nas duas rodas. Essas bicicletas foram designadas à brigada de infantaria ligeira conhecida como “Bersaglieri”, que as usavam como veículo em qualquer terreno e em qualquer teatro de guerra, desde os Alpes até os desertos africanos. Na verdade foi a primeira mountain bike, a mãe de todas as bicicletas “fora de estrada” modernas.


Em 1935, a BIANCHI já era líder absoluta do mercado italiano, produzindo mais de 70 mil bicicletas por ano. Apesar da fábrica ter sido destruída em um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial, foi reconstruída e retomou as operações em 1946. Nesse mesmo ano, no dia 3 de julho, morreu Edoardo Bianchi em um acidente de automóvel. Isto marcou o declínio, que se prolongaria por décadas, da BIANCHI em um mercado cada vez mais competitivo. Em 1982 a marca italiana lançou seus primeiros modelos de bicicletas para BMX. Pouco depois, em 1984, ampliou sua linha de produtos com o lançamento das primeiras mountain bikes. Em 1990, revolucionou o segmento com o lançamento da Bianchi Spillo, uma bicicleta urbana moderna. No mês de maio de 1997 a empresa foi adquirida pela Cycleurope AB, empresa sueca do grupo Grimaldi, conhecida mundialmente como a mais importante no setor de ciclismo. Nos anos seguintes, a tradicional marca italiana lançou novos produtos, como por exemplo, as bicicletas elétricas. Além disso, fez parcerias com marcas como Ducati e Gucci para o lançamento de linhas especiais, onde cada bicicleta chegava a custar US$ 15 mil. Em 2015 a marca comemorou 130 anos de paixão, pioneirismo e tradição no ciclismo e apresentou sua nova bicicleta de competição: Bianchi Oltre XR2, repleta de inovações como freios a disco hidráulicos e rodas tubulares de carbono.


A BIANCHI tem sua sede na cidade de Treviglio, onde sua equipe de desenvolvimento trabalha com tecnologia de ponta, que envolve a criação de novas técnicas de produção de quadros em fibra de carbono. Graças à nova tecnologia Rapid Prototype Machine de impressão em 3D, os engenheiros podem criar e montar protótipos em resina de componentes para testes antes de lançá-los comercialmente no mercado. Além disso, a empresa mantém em sua sede um laboratório específico para teste de resistência e de fadiga em todos os produtos que fabrica. A BIANCHI acredita que o quadro é o coração da bicicleta e está constantemente investindo em tecnologia de materiais com o objetivo de produzir as melhores bicicletas do mundo. Todos os quadros são projetados e desenvolvidos dentro de sua sede. A marca liderou o mercado de bicicletas de corrida comprovando a geometria e tecnologia seguindo a mudança de mercado de aço para o alumínio e titânio, e agora com o material mais avançado: carbono. Mais recentemente introduziu pela primeira vez na indústria do ciclismo o material Countervail® viscoelástico carbono e desenvolveu o sistema Bianchi CV, inovador e exclusivo que cancela até 80% da vibração das estradas de paralelepípedo.


A polêmica do celeste 
As bicicletas BIANCHI se tornaram reconhecidas por sua chamativa cor celeste. Afinal, é azul turquesa ou verde celeste? Durante anos foram os dois. Mas hoje, nenhum deles. Oficialmente é CELESTE #227, cor registrada com Pantone específico. Mas afinal, como esta cor se tornou símbolo da marca italiana? Para variar, existem algumas histórias. Em 1895, Edoardo Bianchi foi convidado a Corte, na Villa Reale em Monza, pela Rainha Margaret que tinha ouvido falar muito sobre sua bicicleta e estava ansiosa para aprender a montá-la. Então Bianchi criou especialmente para a Rainha a bicicleta da primeira-dama e deu a ela a cor azul turquesa. Alguns dizem que a cor foi escolhida, pois seria o azul do céu de Milão e outros contam que seria o azul dos olhos da Rainha Margaret. Outros ainda atestam que a origem da cor está ligada à Primeira Guerra Mundial, quando a cor verde militar, predominante nos arsenais e veículos militares, foi misturada pela BIANCHI à cor branca para atenuar o caráter bélico do tom escuro. O importante, porém, é que hoje em dia a cor celeste é como um título de nobreza entre as “magrelas”.


O sucesso no ciclismo 
Poucos fabricantes de bicicletas podem se dar ao luxo de ter deixado na história do ciclismo marcas tão profundas quanto a italiana BIANCHI. Sempre presente nas mais importantes competições do ciclismo mundial geraram excelente visibilidade na mídia para a marca italiana. E essa associação com o ciclismo começou em 1896. O primeiro campeão a ser associado à marca foi Constante Girardengo, considerado um dos maiores corredores de estrada da história do esporte na década de 1930. O lado esportivo ganhou novo impulso com os feitos de Fausto Coppi, que começou em 1940 com sua primeira vitória no Giro d’Itália, seguido em 1942 com o estabelecimento do recorde mundial de distância percorrido em uma hora. Ele ainda conquistou o tradicional Tour de France em 1949. Em 1952 ganhou novamente o Giro e o Tour em uma mesma temporada, antes de vencer o Campeonato do Mundo em 1953.


A marca compreendeu como nenhuma outra a cultura das competições ciclísticas, fornecendo bicicletas de altíssima qualidade para atletas históricos como Felice Gimondi, Moreno Argentin e Gianni Bugno, que triunfaram em cima de uma BIANCHI. Mas de todos os ciclistas que tiveram a BIANCHI como “lar”, nenhum se destacou mais que Marco Pantani. A marca fornecia ao Pirata, como era carinhosamente conhecido, nada menos que 30 quadros por ano, cada um com ângulos, geometria e pesos distintos. Seu ano histórico foi 1998, quando conquistou o Giro d’Italia e o Tour de France. Os títulos da marca italiana impressionam: no ciclismo de estrada foram 12 vitória no Giro d’Italia, e 3 no Tour de France, 2 na Vuelta de España, 7 no Paris-Roubaix, entre outros. Já na categoria mountain bike foram 40 campeonatos italianos, 11 títulos europeus, uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, entre tantas outras glórias. Atualmente, a marca patrocina as equipes Team LottoNL Jumbo, Team Treberg Bianchi e Bianchi MTB Official Team.


As lojas 
Em 2010, a BIANCHI resolveu ingressar no segmento de varejo de uma forma diferente, com a inauguração na cidade de Estocolmo, na Suécia, do primeiro Bianchi Café & Cycles, uma espécie de café, restaurante, oficina e loja para os amantes do ciclismo e da marca italiana. O sucesso foi tamanho, que no ano seguinte, uma nova unidade foi inaugurada na cidade de Tóquio. O próximo passo foi inaugurar outras unidades nas cidades suecas de Salen e Vasteras. Finalmente, em 2014, a marca inaugurou o Bianchi Café & Cycles na cidade de Milão, onde tudo começou em 1885. A loja-conceito no centro de Milão, próxima à histórica catedral Duomo, possui 570 m² e, além de vender as desejadas bicicletas da marca, possui em seu interior um restaurante, café, lounge, salão de eventos e oficina mecânica. O restaurante oferece aos clientes especialidades de diferentes regiões da Itália. Já o bar oferece uma happy hour no melhor estilo milanês, com coquetéis, aperitivos e mais de 150 diferentes opções de vinhos, além de possuir um mini empório onde é possível encontrar chocolates, cafés e temperos tipicamente italianos.


Como toda boa loja do ramo, as bicicletas são o principal destaque, não apenas como produtos para venda, mas também como parte da decoração, que também inclui imagens enormes do ciclista Fausto Coppi, que ajudou a tornar a marca BIANCHI tão bem conhecida na década de 1950. O foco principal da loja são as bicicletas de estrada específicas para competições, embora disponha também de bicicletas elétricas e as cobiçadas mountain bikes das linhas Methanol e Ethanol. Ao comprar uma bicicleta no Bianchi Café & Cycles, o cliente recebe inteiramente grátis uma análise de bike fitting, que analisa as medidas corporais e posturais de modo que os atendentes possam recomendar a melhor bicicleta, o tamanho e ainda fazer ajustes personalizados. A análise é realizada com um simulador biomecânico e análise 3D. Outra peculiaridade da loja milanesa é o horário de atendimento ao público: das 6:30 da manhã até meia-noite todos os dias.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por algumas remodelações ao longo dos anos. O logotipo atual, que pode ser aplicado em preto ou na tradição na cor celeste, tem abaixo uma faixa com as cores da bandeira italiana.


A marca italiana também utiliza como logotipo a tradicional águia coroada na cor celeste.


Os slogans 
Passione Celeste. 
La bicicletta da Campioni.


Dados corporativos 
● Origem: Itália 
● Fundação: 1885 
● Fundador: Edoardo Bianchi 
● Sede mundial: Treviglio, Bergamo, Itália 
● Proprietário da marca: F.I.V. Edoardo Bianchi S.p.A. 
● Capital aberto: Não (subsidiária da Cycleurope A.B. Group) 
● CEO: Bob Ippolito 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 5 lojas 
● Presença global: 60 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 250 
● Segmento: Transportes
● Principais produtos: Bicicletas e acessórios 
● Concorrentes diretos: Giant, Trek, Scott, De Rosa, Colnago e Cannondale 
● Ícones: A cor celeste 
● Slogan: Passione Celeste. 
● Website: www.bianchi.com 

A marca no mundo 
Atualmente a BIANCHI, mais antiga fábrica de bicicletas do mundo ainda em atividade, comercializa sua sofisticada linha de bicicletas (urbana, estrada, mountain bike, BMX, infantis e elétricas) e acessórios em mais de 60 países ao redor do mundo. A marca italiana produz mais de 16.000 bicicletas por ano. 

Você sabia? 
Os fanáticos fãs da marca italiana são chamados carinhosamente de Bianchisti
Cada bicicleta da marca italiana é construída por uma pessoa do começo ao fim. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Exame e GQ), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 7/11/2016

6 comentários:

Anônimo disse...

A bentley das bikes! ! É simplesmente magnifica esta marca de bike, perfeita!

Unknown disse...

Sangue che scorre nelle vene ...

Unknown disse...

Super Bikes ! A minha é perfeita .

Unknown disse...

Simplesmente fantástica a minha velha bianchi ainda em alumínio, faço longas distâncias em 2019 fiz com um grupo de amigos a mitica estrada N2, este ano em junho vamos fazer Bragança /Lourdes, todos os outros têm bicicletas em carbono, mas, a minha velha bianchi nunca me deixou ficar mal, talvez um dia também eu possa ter uma Bianchi em carbono.

Unknown disse...

bem isso meu amigo.historias semelhantes . sou da região de Maringá Paraná. partilhamos do mesmo sonho!

Unknown disse...

Belíssima reportagem!