11.5.16

LANVIN


Com mais de um século de uma rica tradição no mundo da moda, as roupas e acessórios da marca francesa LANVIN se transformaram em ícones de vestir-se bem e manter-se antenada com as principais tendências mundiais. Não é exagero afirmar que a LANVIN consolidou-se como uma das marcas mais emblemáticas e responsáveis por transformar a moda naquilo que conhecemos hoje. Não por menos, é a marca escolhida por nove entre dez atrizes de Hollywood. Beldades como Cate Blanchett, Juliane Moore, Diane Kruger e Meryl Streep (que usou um estonteante longo dourado ao receber seu Oscar, em 2012). 

A história 
Jeanne-Marie Lanvin nasceu no dia 1 de janeiro de 1867 na cidade de Paris, em uma família modesta e começou a trabalhar com apenas 11 anos de idade. Aos 13, ela já era aprendiz de moda fazendo delicados chapéus. Nesta época seu talento já era evidente. Em 1889, sem nenhum financiamento, somente utilizando suas economias, inaugurou em Paris, na esquina da Rue Boissy d’ Anglas e Rue du Faubourg Saint-Honoré, sua primeira loja para comercializar sofisticados chapéus. Sua vida começou a mudar com o nascimento em 1897 de sua filha Marguerite di Pietro. Fruto de seu casamento com o Conde Emilio De Pietro, um nobre de origem italiana, ela começou a desenhar roupas e vestidos altamente sofisticados para a pequena Marguerite. Não demorou muito para suas clientes se interessarem pelos trajes e passarem a fazer encomendas para suas meninas também. Com o passar do tempo, a estilista começou também a vestir as mães, até que no ano de 1909 a MAISON LANVIN foi oficialmente fundada e passou a integrar o Chambre Syndicale de la Haute Couture (sindicato da Alta-Costura). Em honra a história da grife, até hoje é fabricada e comercializada a linha Lanvin Petite, que veste crianças com estilo e sofisticação.


Neste momento Jeanne Lanvin quebrava paradigmas, já que o mundo da alta costura era dominado pelos homens. Ela tinha uma postura de vanguarda para época, trabalhando as linhas arquitetônicas e um romantismo único. Sua linha principal era a de vestidos, o primeiro de noiva foi apresentado em 1911, mas também trabalhou os vestidos chemisiers, e um tom de azul que sempre aparecia em suas coleções acabou sendo conhecido como o “azul Lanvin”. Poucos estilistas souberam trabalhar com tanta propriedade as formas como a Madame Lanvin. Seus vestidos eram quase obras de arte, amava os tecidos fluidos, as rendas e os lamês. Eram inspirados em formas vitorianas suavizadas e generosamente adornados com bordados, e uma severidade muitas vezes atenuada por babados. Ela também era fascinada por civilizações, se inspirou muitas vezes no Egito, no norte da África, Europa Central e América do Sul para criar verdadeiras obras luxuosas com tecidos. Para ampliar sua linha de produtos, em 1913, começou a fabricar belos e luxuosos casacos de pele. Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, ela criou os chamados robes de style, com cintura marcada e saias fartamente rodadas, que estiveram em moda, com pequenas modificações, até o início dos anos de 1920.


Jeanne Lanvin foi uma grande mulher de negócios, e nos anos seguintes chegou a empregar 800 pessoas, trabalhou também com roupas esportivas (1923), moda masculina (1926), lingeries, decoração e teve até uma fábrica de tintas, quando do seu cuidadoso estudo das cores surgiu à conhecida “paleta Lanvin”. Como manda a cartilha das tradicionais Maisons francesas da alta costura a LANVIN também teve de lançar a sua própria fragrância. Por isso, em 1927, surgiu o perfume Arpège, como presente de aniversário de Jeanne para sua filha. O clássico perfume inspirado no som das notas de piano tocadas por Marguerite suplantou o sucesso de My Sin, lançado em 1925. O frasco esférico de Arpège era embelezado por uma ilustração de Jeanne e Marguerite a caminho de um baile de gala, figura que viria, em 1954, a tornar-se o logotipo da marca.


Com a morte de Jeanne no dia 6 de julho de 1946, aos 79 anos, o comando dos negócios passou para a filha então conhecida como Marguerite Marie Blanche. Jeanne dizia que suas únicas paixões eram sua filha e sua marca. Ela deixou um legado precioso, fazendo de seu nome sinônimo de lifestyle com linhas de cosméticos, decoração e perfumes. Pouco depois, a direção criativa da grife foi assumida por Antonio del Castillo, que desde sua primeira coleção, apresentada em 1951, seguiu sempre de perto o estilo da fundadora. Quando Castillo deixou a Maison, em 1962, para abrir seu próprio negócio, foi sucedido por Jules François Crahay, que vinha do ateliê de Nina Ricci. Nas décadas seguintes a LANVIN cresceu pouco e não era vista como uma das principais marcas de luxo do mundo. Depois de ser comprada em 1990 pela Orcofi Group, a grife francesa foi vendida em 1996 para a L’Oréal.


No ano de 2001 a marca francesa foi adquirida pela empresária e filantropista taiwanesa Shaw Wang Lang. E foi justamente ela a responsável por colocar o marroquino Alber Elbaz no posto de diretor criativo para conduzir a marca ao século 21. Continuando a tradição maternal de Jeanne, criou a linha de noivas Blanche - nome do meio de Marguerite Lanvin - que segue a mesma premissa das outras linhas da grife: o conforto. Foi responsável por lançar em 2010 uma coleção cápsula em parceria com a rede de moda sueca H&M, composta por 30 peças e 15 acessórios, que se transformou em um imediato sucesso. Além disso, comandou o lançamento do comércio eletrônico e a abertura de lojas próprias em várias importantes cidades do mundo. Como por exemplo, em 2009 quando abriu sua primeira loja em solo americano; ou em 2012 quando inaugurou uma loja em São Paulo, no Shopping JK Iguatemi (a única na América Latina). Entre os best-sellers, além dos longos e cocktail dresses, peças mais informais, como camisas de seda, saias lápis, calças de alfaiataria e sapatilhas bailarina. A loja fechou no final de 2015, mas não em virtude da crise, e sim em discordância com o parceiro local.


O ano de 2013 marcou uma das últimas conquistas de Elbaz como diretor criativo da LANVIN, quando a marca se tornou responsável pelo equipamento oficial da equipe de futebol do Arsenal. O talentoso estilista permaneceu em seu posto por 15 anos, sendo responsável por conduzir a LANVIN novamente ao topo da lista das mais importantes marcas do mundo da moda. É importante ressaltar a qualidade do trabalho de Elbaz, que soube fazer uma leitura precisa dos valores da marca, trabalhando com maestria a modernidade sem perder a essência que é o romantismo e a fluidez. Em seu lugar foi anunciada, no mês de março de 2016, a francesa Bouchra Jarrar, uma estilista minimalista que tem tudo para transformar o estilo da marca por completo.


Um dos segredos para se manter viva e sempre em evidência em um universo de tamanha competitividade e dinamismo foi a diversificação e a facilidade de se transformar e de remodelar seus próprios paradigmas em igualdade com as mudanças sociais ao longo de tantas décadas. Hoje, as roupas e acessórios da marca LANVIN são ícones em moda feminina e masculina, dispondo de uma variedade imensa de peças que possuem em comum a paixão pelo luxo. Mesmo com mais de um século de vida, a marca francesa nunca fez parte de um grande conglomerado de luxo. Tem como marca registrada não uma bolsa específica ou uma peça extravagante e, sim, pequenos e simples laços de gorgurão, daqueles que se usam em caixas de presente.


O logotipo 
O tradicional e icônico símbolo da marca francesa foi criado pelo ilustrador e figurinista Paul Iribe em 1923 a partir de uma fotografia em que Jeanne e sua filha estão prontas para um baile de gala em 1907. A imagem em questão (a bordo de um vestido longo e um casaco imponente, uma mulher elegante segura os braços da filha, vestida à sua imagem e semelhança, com chapéu e tudo), redesenhada por Armand Albert Rateau foi imortalizada no logotipo da marca a partir de 1954 e esteve sempre calcada no relacionamento entre mãe e filha.


Hoje em dia o logotipo com este icônico símbolo é ainda utilizado em alguns produtos e como identidade visual da marca. A marca também utiliza um logotipo oficial mais simplificado, que contém apenas o nome da marca e a palavra “Paris” abaixo.


Dados corporativos 
● Origem: França 
● Fundação: 1909 
● Fundador: Jeanne-Marie Lanvin 
● Sede mundial: Paris, França 
● Proprietário da marca: Harmoine S.A. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Michele Huiban 
● Diretor criativo: Bouchra Jarrar e Lucas Ossendrijver 
● Faturamento: €200 milhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 61 
● Presença global: 50 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 330 
● Segmento: Moda de luxo 
● Principais produtos: Roupas, calçados, acessórios e perfumes 
● Concorrentes diretos: Chanel, Gucci, Prada, Christian Dior, Valentino e Cacharel 
● Ícones: O “azul Lanvin” 
● Website: www.lanvin.com 

A marca no mundo 
Hoje em dia a LANVIN, mais antiga casa de alta-costura do mundo e especializada em moda masculina, feminina e infantil, oferece um imenso mix de roupas, calçados, perfumes e acessórios, comercializados em mais de 60 lojas próprias e outros 550 pontos de venda espalhados por mais de 50 países. A marca francesa fatura estimados €200 milhões anuais. 

Você sabia? 
Apesar da Maison Lanvin ter surgido oficialmente somente em 1909, Jeanne inaugurou seu primeiro negócio em 1889, uma chapelaria. Por isso, em 2014 a marca francesa completou 125 anos de vida. 
Os perfumes da marca são um caso à parte, com nomes provocativos como Scandal, Rumeur, Prétexte, Mon Peché (nos Estados Unidos, traduzido como My Sin, ou Meu Pecado) e Arpège (homenagem à filha que era pianista). 
O estilista brasileiro Ocimar Versolato também atuou como diretor criativo na Maison LANVIN, entre 1996 e 1998. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Marie-Claire, Elle e Vogue), canais de TV (GNT), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 11/5/2016

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