18.7.06

ASTON MARTIN


O nome é Martin... ASTON MARTIN. Seus superesportivos causam a melhor das impressões e são objetos de desejo no mundo inteiro. O som é Bang & Olufsen, o relógio Jaeger-LeCoultre, a chave de ignição é de cristal Baccarat. Dirigi-los é uma tarefa para poucos e privilegiados. Afinal são modelos de alto desempenho com uma tiragem inversamente proporcional à potência de seus motores. Quem compra uma das preciosidades ASTON MARTIN quer ter o prazer de dirigi-lo, poder passar horas em uma estrada sem sentir cansaço. Ao unir em um único produto design inovador, alta tecnologia e produção artesanal, a marca assegura um legado para a indústria automotiva mundial e faz com que seus carros encarnem como poucos um estilo de vida luxuoso, mas também veloz. Não por acaso a marca britânica é considerada um dos símbolos do automóvel esportivo de luxo, com seus modelos aprovados até por 007, o agente secreto mais famoso do mundo. 

A história 
Foi a teimosia de seus proprietários, que insistiram em manter a fábrica em atividade que a ASTON MARTIN sobreviveu. Em comum eles acreditavam que produzir carros, mais que um bom negócio, devia ser a realização de um sonho. A marca surgiu nas pistas de competição. É o resultado da fusão do nome de um de seus fundadores, Lionel Walker Birch Martin, com o de uma famosa prova de subida de montanha. Tudo começou exatamente no dia 15 de janeiro de 1913 quando Lionel Martin e seu sócio, o engenheiro Robert Bamford, fundou na região central de Londres uma pequena oficina de preparação de automóveis da marca inglesa Singer chamada Bamford & Martin. Inicialmente eles adaptavam carros para corridas de ruas. Mas rapidamente iniciaram o projeto de fazer seus próprios veículos quando acoplaram um motor de quatro cilindros ao chassi de outro carro. Assim criaram seu primeiro automóvel. No dia 4 de abril de 1914 Lionel Martin teve êxito e conquistou a vitória na tradicional corrida de subida de montanha Aston Hill Climb em Buckinghamshire, nos arredores de Londres. Em homenagem a esse feito, surgia uma nova marca comercial, a ASTON MARTIN.


A produção da nova fábrica foi interrompida em virtude da Primeira Guerra Mundial. Mas, assim que a paz foi restaurada, a marca voltou a fabricar seus automóveis. Com a saída de Bramford da sociedade, em 1920, e a excessiva dedicação de Martin às corridas, a produção da fábrica ficou em segundo plano, o que levou a empresa a experimentar sua primeira grande crise financeira. Neste período a empresa produziu carros para competir no Grand Prix da França e seus automóveis estabeleceram novos recordes mundiais de velocidade em Brooklands. Em 1924 a ASTON MARTIN foi à falência para ser resgatada no ano seguinte por um grupo de investidores locais. A ideia inicial dos novos diretores era apenas produzir motores próprios e vender para os fabricantes de veículos da época. Entretanto, ao saber da boa fama da marca, principalmente nas corridas, decidiram criar um modelo todo novo.


Nem a injeção de capital, nem mesmo a nova gestão, impediram que a fábrica fosse vendida em outubro de 1926. O novo proprietário, o piloto italiano Augusto Cesare Bertelli, projetou um modelo esportivo que alcançou sucesso nas corridas, mas sua administração durou pouco. Em 1932 foi a vez de Sir Arthur Sutherland comandar a ASTON MARTIN. Cheio de planos para a empresa, esse nobre acreditava que a boa reputação dos carros nas pistas o ajudaria a vender modelos desenvolvidos para as ruas. Em 1937, a montadora fabricou 140 unidades, o maior volume até então produzida por ela. Em 1939, surgiu, então, um avançado protótipo, batizado de Atom, que possuía estrutura de chassi e suspensões independentes e sinalizava o que seria a nova geração dos ASTON MARTIN.


A Segunda Guerra Mundial, porém, atrapalhou os planos do empresário que, frustrado, se desfez da fábrica em 1947. Mais sucesso teve o industrial David Brown, um engenheiro que fabricava tratores e máquinas agrícolas, que ampliou seu império não só com a aquisição da ASTON MARTIN, mas também com a compra da Lagonda, outra histórica marca britânica de prestígio que surgiu em 1906. A passagem de David Brown foi tão importante para a marca que até hoje, na empresa, se fala de suas benfeitorias e ainda se usam suas iniciais DB para identificar os carros produzidos pela marca. A famosa linha DB começou em 1948 com o Sports Limited, apelidado de DB1. A produção foi de apenas 15 unidades.


Em 1950 a empresa anunciou o lançamento do DB2, seguido pelo DB3 de corrida em 1957 e o DB4 de estilo italiano com motor 3.7 em 1958. E foi justamente com este último modelo, que a ASTON MARTIN ingressou em 1959 no campeonato mundial de Formula 1 e teve o americano Carrol Shelby como um de seus pilotos. Nesta época, a tecnologia desenvolvida nas pistas era incorporada aos carros de passeio e o lema da fábrica era “vencer no domingo, vender na segunda”. Em 1960 a montadora britânica se aliou ao estúdio italiano Zagato para criar o modelo DB4 GT ZAGATO e iniciar uma parceria que rendeu modelos importantes na história da marca. Mas foi em 1963 que a ASTON MARTIN ficou definitivamente marcada na história. Neste ano surgiu o DB5, um cupê que impressionou pela beleza. Além do design e do desempenho esportivo garantido pelo motor de 4 litros, o DB5 ainda ficou famoso por sua aparição no filme “007 contra Goldfinger”, de 1964, quando foi guiado por Sean Connery em clássicas perseguições. Isto deu enorme publicidade e visibilidade mundial para a ASTON MARTIN e uma ligação visceral com o espião mais famoso do mundo.


David Brown comandou a empresa até 1972, quando a vendeu a um grupo inglês chamado Company Developments. Apesar do sucesso e da boa imagem dos carros, a ASTON MARTIN entrava em uma nova fase financeira difícil. E, em dois anos a fábrica estava prestes a fechar. A empresa foi adquirida então por quatro investidores, um americano, um canadense e dois ingleses. Os novos proprietários fizeram com que a empresa modernizasse suas linhas, produzindo o Vantage V8 de 1977, o conversível Volante de 1978 e o Bulldog em 1980. Mas, assim como seus antecessores não receberam o reconhecimento monetário proporcional.


Somente em 1987, surgiu a poderosa Ford com a compra de 75% das ações da montadora britânica. Em 1988, depois de produzir aproximadamente 5.000 carros em 20 anos, a empresa tirou de linha os seus antigos V8 e colocou em linha de produção o Virage. Este período foi marcado pelo ressurgimento da série DB na linha de produtos da montadora. Em 1993 foi lançado o DB7, até hoje o carro melhor sucedido da história da marca britânica, com mais de 7 mil unidades vendidas. Em 1994 a Ford finalmente comprou as ações restantes da ASTON MARTIN. Com o domínio da poderosa empresa americana, a produção dos modelos foi robotizada – até então tudo era feito a mão – e a quantidade de exemplares saindo das fábricas aumentou drasticamente. Em 2001 apareceu o ASTON MARTIN VANQUISH, esportivo com um novo potente motor V12 que se tornou cobiçado por todos os milionários do planeta na época.


Em seus primeiros 90 anos, ou seja, até 2003, a montadora britânica produziu aproximadamente 15 mil carros apenas. A guinada na produção ocorreu, quando a empresa americana investiu pesado na linha de produção e colocou em operação a fábrica em Gaydon, de onde saíram as primeiras unidades do modelo DB9 em janeiro de 2004, que substituiria o já antigo e desgastado DB7 que tinha dez anos de vida. Uma versão conversível do modelo, conhecida como DB9 Volante, foi introduzida na Detroit Auto Show. Graças a isso a ASTON MARTIN iniciaria um período de ascensão e estabilidade. Em 2005 a ASTON MARTIN regressou também às competições automobilísticas, criando para isso uma nova divisão, a Aston Martin Racing competindo com um modelo batizado de DBR9 nas provas de GT (Gran-Turismo) e 24h de Le Mans, onde o modelo conquistou vitórias em 2007 e 2008. Era uma volta aos triunfos nas pistas. Em 2006, o ASTON MARTIN de número 30.000 já produzido deixou a linha de produção.


Pouco tempo depois, no dia 12 de março de 2007, devido às dificuldades financeiras da montadora americana Ford, a ASTON MARTIN foi mais uma vez vendida para um grupo de investidores britânicos, retornando assim ao seu berço de origem e transformando a marca em uma das únicas fabricantes de automóveis independentes do mundo. Pelo valor pago por David Richard (CEO da Prodrive e antigo proprietário da Equipe BAR de F1) e por dois bancos do Kuwait, a ASTON MARTIN prometia voltar aos bons e velhos tempos. Ao que tudo indicava, foram US$ 925 milhões bem investidos. Em 2010, a tradicional marca britânica inaugurou em São Paulo a primeira concessionária ASTON MARTIN na América Latina. No Brasil, a marca comercializa modelos cujos preços variam entre R$ 800 mil até R$ 1.8 milhões. Além disso, um centro de assistência técnica super equipado, montado sob rígido controle inglês, também entrou em operação para atender os exigentes proprietários da marca. Como parte de sua contínua estratégia de expansão global, a empresa abriu nos anos seguintes concessionárias no Chile, Polônia, Croácia, República Checa e Taiwan.


Em 2012, o fundo de private aquity Investindustrial, também proprietário da italiana Ducati, entrou no negócio comprando 37.54% da montadora britânica. Em 2013 a histórica marca completou 100 anos. E para comemorar o feito lançou edições especiais de seus principais modelos, entre os quais Cygnet, Vantage, DB9, Vanquish e Rapide. Cada carro exclusivo – seriam vendidas 100 unidades de cada modelo no mundo - ganhou personalização especial que trazia pintura exterior especial – cujo processo podia levar até 50 horas - logotipo comemorativo da ASTON MARTIN impresso na carroceria e interior exclusivo em couro preto - encontrado apenas no superesportivo One 77 - com costura artesanal, trazendo o símbolo alado da marca bordado nos encostos dos bancos. Mais recentemente a marca anunciou que, em 2019, deverá ser lançado um crossover baseado no carro-conceito DBX. Além disso, até 2018 deve ser lançado um carro elétrico baseado no modelo Rapide S.


Hoje em dia, ASTON MARTIN é um nome que dispensa apresentação. A marca britânica sempre prezou pela excelência em carros esportivos de alto desempenho, concebidos e produzidos por artesãos habilidosos, reacendendo essa paixão pelo clássico e pelo exclusivo, ocupando cada vez mais seu espaço no mercado e no coração dos consumidores, trazendo a liberdade e o prazer de dirigir.


A linha do tempo 
2003 
Lançamento do ASTON MARTIN DB9, primeiro automóvel desenvolvido depois da compra pela antiga proprietária, a americana Ford. O modelo possuía estrutura de alumínio e carroceria feita com uma mescla de alumínio, fibra de carbono e magnésio, favorecendo assim a redução do peso e sua distribuição equilibrada entre os eixos (exatamente 50% em cada um). O modelo estreou uma nova plataforma, chamada VH (Vertical Horizontal), que reunia as mais modernas tecnologias de produção como o sistema de solda molecular a frio, 90% mais resistente que a convencional, mas que mantinha artesãos para as tarefas que requeriam mais delicadeza. Visualmente exibia um design irrepreensível desde a característica grade dianteira, passando pelas maçanetas embutidas e chegando às lanternas traseiras, que tinham desenho refinado. Internamente o que mais chamava atenção era o acabamento luxuoso, com partes de madeira (o cliente tinha três tipos à sua escolha), couro (20 opções de cor) e alumínio polido. 
2005

● Lançamento do ASTON MARTIN V8 VANTAGE, sendo na época o modelo mais acessível da marca (em termos de preço). O modelo foi projetado para competir diretamente com o Porsche 911. Equipado com um motor V8 de 4.3 litros, o bólido era capaz de atingir velocidade máxima de 280 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em apenas cinco segundos. 
2007 
Lançamento do ASTON MARTIN DBS, que ficou conhecido primeiramente no filme do espião James Bond, “Quantum of Solace” no ano anterior, e entrou em linha de produção depois de ser apresentado no Salão do automóvel de Frankfurt. O super carro inglês era equipado com um motor V12 6.0 que desenvolve 510 cavalos de potência, o suficiente para levar o bólido de 0 a 100 km/h em apenas 4.3 segundos. O cupê de dois lugares era equipado com carroceria de alumínio, liga de magnésio e fibra de carbono, que lhe garantia leveza – 1.695 kg – e resistência. Na frente alongada, destacam-se os vincos marcantes no capô e os faróis afilados, enquanto na lateral a esportividade era ressaltada pelos ombros elevados. No interior, abundância de acabamento em alumínio, fibra de carbono e couro Alcântara. Para segurar e controlar tanta disposição, o DBS contava com freios a disco ventilado de cerâmica nas quatro rodas, com auxílio de ABS, distribuição eletrônica de frenagem (EBD), sistema de assistência em frenagens de emergência (EBA), controle de estabilidade e de tração. O DBS é uma verdadeira obra-prima toda feita à mão, como pode atestar uma placa afixada no veículo que diz “Hand built in England” (“Construído a Mão na Inglaterra”, em tradução livre). 
2009 
Lançamento do ASTON MARTIN DBS VOLANTE, versão conversível do famoso modelo DBS. A substituição do teto rígido por um elétrico em lona, que necessita de apenas 14 segundos para sua abertura, não implicou no fim dos dois pequenos lugares traseiros. O fascinante modelo, 16º conversível da marca britânica, era equipado com um motor V12 de 6 litros que gerava 510 cavalos de potência permitindo acelerar de 0 a 100 km/h em 4.3 segundos e atingir 307 km/h de velocidade máxima. Em seu interior, luxo e conforto eram complementados pela inclusão de um avançado sistema de áudio da marca dinamarquesa Bang & Olufsen, com sistema de navegação e disco rígido, além de entradas auxiliares para iPod e USB. 
Lançamento do ASTON MARTIN V12 VANTAGE, modelo equipado com motor 6.0 litros de 517 cavalos de potência que o fazia acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 4.2 segundos. Foram produzidas apenas mil unidades do modelo. 
2010

● Lançamento do ASTON MARTIN RAPIDE, primeiro cupê de quatro portas da marca. O carro tinha 5.02 m de comprimento, 2.14 m de largura (contando espelhos retrovisores), 1.36 m de altura e 1.950 kg de peso, mesmo com uso intensivo de alumínio. Para ir de 0 a 100 km/h, este bólido leva 5.3 segundos e chega à máxima de 303 km/h. Apesar da dimensão exagerada para um esportivo, o cupê de quatro portas não perdeu o charme, pois suas linhas fluidas enfatizam a aerodinâmica, sugerindo altas velocidades à todo momento. A frente longa abriga a ampla grade tipo grelha dividida em dois elementos. Os faróis bixenônio têm desenho afilado, acompanhando o desenho dos pára-lamas. 
2011

Lançamento do ASTON MARTIN CYGNET, primeiro automóvel compacto de luxo da marca britânica. Foi a resposta do fabricante britânico ao tráfego intenso nos grandes centros urbanos – além de complemento ideal para equilibrar a linha de possantes e velozes que fazem a alegria de seu público-alvo. Baseado no carro-conceito iQ da Toyota o modelo foi desenvolvido para atender às normas de emissões e consumo de combustível que entraram em vigor na Europa a partir de 2012. O interior era de um puro ASTON MARTIN, que sabe combinar, como poucos, luxo com esportividade. Seu painel era parcialmente revestido em couro costurado à mão. O centro do painel contava com acabamento black piano, onde estão localizados o ar condicionado digital e um detalhe que chamava a atenção – um dock para iPod. O volante esportivo de três raios multifuncional também era revestido em couro bicolor. Seguindo o requinte tradicional inglês, os painéis de porta, o assento e o encosto dos bancos receberam um acabamento diferenciado em forma de colméia. O cuidado foi tanto que até a presilha do cinto de segurança, a alavanca do câmbio e o acabamento do freio de estacionamento foram revestidos em couro. 
2013 
Lançamento do ASTON MARTIN RAPIDE S, que une o espírito e agilidade dos esportivos e verdadeiramente incorpora a essência da marca. O seu estilo único é uma mistura entre luxo, habilidade, refinamento e elegância. O carro conta com motor V12 de 6.0 litros com 565 cv de potência, acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4.9 segundos e atinge velocidade máxima estimada em 306 km/h. Além disso, conta com o Carbon Exterior Pack, que inclui spoiler dianteiro, espelhos retrovisores e difusor traseiro em fibra de carbono. 
2015 
Lançamento da edição limitada ASTON MARTIN DB9 BOND EDITION, que presta uma homenagem aos 50 anos de parceria com 007, o espião mais famoso do mundo. Com apenas 150 unidades produzidas, a versão tinha a pintura na cor exclusiva Prata Spectre, rodas de 20 polegadas com 10 raios e as placas alusivas à James Bond. A central multimídia do veículo também exibia uma saudação especial, relacionada ao agente toda vez que era iniciada. 
2016 
Lançamento do ASTON MARTIN DB11, um esportivo equipado com motor V12 de 608 cv e substituto do lendário modelo DB9. O modelo também faz parte do plano “Second Century”, e traz a nova assinatura de design da marca britânica. Os faróis, por exemplo, ficaram mais afilados, e ganharam uma pequena curva na parte superior. Já a conhecida grade frontal está mais larga. As maiores mudanças, porém, estão na traseira. As lanternas agora contornam o spoiler traseiro, em uma peça mais fina e elegante. O vidro traseiro também parece menor, enquanto o difusor de ar cresceu. Além de um avanço visual na comparação com os demais esportivos da marca, o DB11 também traz um novo motor V12 turbo de 5.2 litros, com 608 cavalos, fazendo dele o mais potente ASTON MARTIN já produzido. O modelo acelera de 0 a 100 km/h em 3.9 segundos, com máxima de 322 km/h. E as expectativas em torno do novo modelo são bastante reveladoras, já que existem mais de 1.400 pedidos confirmados.


Uma joia cara e para poucos 
Em 2009, a ASTON MARTIN, começou a vender o até então “novo carro mais caro do mundo”. Antes disso, o título era do Bugatti Veyron, vendido por US$ 1.4 milhões. O ASTON MARTIN ONE-77, com preço de fábrica de US$ 2.3 milhões, era todo feito à mão pela montadora britânica, e foram vendidas apenas 77 unidades (daí o nome do automóvel). O exclusivo modelo tinha carenagem de alumínio moldada à mão e, embaixo do capô, um potente motor V12 de 7.3 litros. Com o propulsor, de quase 750 cavalos de potência, o carro tinha velocidade final estimada de 354 km/h, fazendo de 0 a 100 km/h em 3.5 segundos. Um sistema de controle de tração ajudava na hora de guiá-lo em alta velocidade, enquanto os freios de cerâmica davam conta de parar um dos maiores superesportivos de todos os tempos. A aposta da empresa britânica foi no atendimento, já que o comprador podia viajar até a fábrica da montadora e escolher pessoalmente, em conversa com engenheiros, alguns itens de personalização do carro. O recorde de “automóvel mais caro do mundo” quebrado pelo modelo ONE-77 era para carros em linha de produção.


Berço de ouro 
As preciosidades da montadora britânica são concebidas em uma moderna fábrica na cidade de Gaydon, no centro da Inglaterra, inaugurada em 2003. Já do lado de fora do moderno prédio central estão expostos vários modelos da marca, que parecem ter luz própria. A visita a fábrica é um privilégio reservado normalmente apenas a clientes antigos ou potenciais compradores. Cada preciosidade sob rodas leva em média 200 horas para ser construída. Desse total, 50 horas são gastas apenas com a pintura, que chega a receber até 17 camadas de tinta para atingir o ponto considerado ideal. Todo ASTON MARTIN é fabricado mediante encomenda, com a produção diária oscilando entre 20 e 25 unidades. O futuro e feliz proprietário pode optar por uma quase infinita combinação de cores, além da espessura da costura do estofamento, a cor do couro do assento, o tipo de costura, a cor da luz do painel, o tipo de suspensão e até a característica dos freios.


Embora a montagem de um carro conte com tecnologia de última geração, as habilidades dos funcionários da fábrica são fundamentais no processo. Os motores são construídos manualmente e ajustados a exaustão. Nada pode ser menos do que perfeito. Por isso, ao abrir o capô o motorista encontra uma placa com o nome e o telefone do engenheiro responsável pela montagem. O proprietário pode ligar para saber mais informações sobre a performance do carro. A fábrica também abriga o estúdio de design, inaugurado em 2007.


Das ruas para o cinema 
Bond, James Bond. O personagem criado pelo escritor inglês Ian Fleming é, além do agente secreto mais conhecido do mundo, uma espécie de Midas do cinema. Tudo que leva o nome da grife 007 faz sucesso. Relógios, cremes para a pele, aparelhos de barbear e até cerveja já estiveram nos filmes do espião de Sua Majestade. Mas nada se compara aos fantásticos carros que aparecem na telona. E foi aí que a montadora britânica ASTON MARTIN consagrou-se com uma história emblemática. O glamour britânico dos carros da ASTON MARTIN significava que eles eram uma escolha natural para os filmes de James Bond, notavelmente o modelo DB5, prateado, que estreou no filme “Goldfinger” de 1964, o terceiro da série, pilotado por Sean Connery. O carro DB5 recebeu radares, mísseis, bombas de fumaça e até um assento ejetor. O sucesso foi imediato e o DB5 ficou instantaneamente famoso. A parceria continuou em “007 contra a Chantagem Atômica”, de 1965, mais uma vez com o modelo e também estrelado por Sean Connery. Em “A Serviço de Sua Majestade”, de 1969, o DB5 aparece mais uma vez, mas desta vez sem grande destaque.


Os carros da ASTON MARTIN só voltaram aos filmes do agente secreto 20 anos depois, em “007 Marcado para a Morte”. O filme, estrelado por Timothy Dalton, trazia o V8 Volante como grande estrela. Assim como o DB5, o conversível trazia diversos equipamentos que ajudavam James Bond, como uma turbina na traseira, raios laser nas rodas dianteiras e mísseis teleguiados instalados sob os faróis de neblina. Em 2002, no filme “Um Novo Dia Para Morrer”, com Pierce Brosnan envergando o indefectível “smoking” do mais elegante agente “double zero”, mais uma vez um modelo ASTON MARTIN estava presente. O automóvel usado era um Vanquish que tinha pneus com travas para melhor tração na neve, sistema de invisibilidade, metralhadoras e – mais uma vez – assento do passageiro ejetável. Isto porque a marca transferiu US$ 35 milhões à Metro Goldwin Mayer para devolver a 007 o direito de dirigir um legítimo ASTON MARTIN. A marca continuou na franquia cinematográfica nos três filmes seguintes, todos estrelados por Daniel Craig. Em “Casino Royale”, de 2006, e “Quantum of Solace”, de 2008, James Bond pilotou um DBS, mas sem nenhuma grande invenção para ajudá-lo. Já no filme, “Skyfall”, de 2012, a estrela voltava a ser o DB5. Mais recentemente, o ASTON MARTIN DB10, que teve apenas 10 unidades produzidas, sendo oito delas modificadas para estrelar o filme “007 Contra Spectre”, foi dirigido pelo ator Daniel Craig.


A evolução visual 
O logotipo da ASTON MARTIN passou por perceptíveis mudanças durante a história da marca. O logotipo original da marca era formado pela sobreposição das letras A e M dentro de um círculo. Finalmente em 1927 foi introduzido o tradicional logotipo em forma de asa, criado pelo piloto Sydney Charles Houghton Davis. Conta a lenda que a imagem corresponde as asas de um besouro egípcio, uma alusão ao interesse que despertava a cultura deste povo no piloto britânico. No início da década de 1930, as asas ganharam um design mais esticado. Nos anos seguintes, ele foi modernizado e atualizado, até a introdução de sua versão atual no ano de 1987.


Os slogans 
It’s the automotive equivalent of a standing ovation. (2008) 
Power, beauty, soul. (2006) 
You only live once. (2006)



Dados corporativos 
● Origem: Inglaterra 
● Fundação: 15 de janeiro de 1913 
● Fundador: Lionel Martin e Robert Bamford 
● Sede mundial: Gaydon, Warwickshire, Inglaterra 
● Proprietário da marca: Aston Martin Lagonda Limited 
● Capital aberto: Não 
● Chairman: Ulrich Bez 
● CEO & Presidente: Andy Palmer 
● Faturamento: £500 milhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Vendas globais: 3.500 unidades (2014) 
● Presença global: 65 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 1.800 
● Segmento: Automobilístico 
● Principais produtos: Carros esportivos de luxo 
● Concorrentes diretos: Porsche, Ferrari, Jaguar, Lotus, Bugatti, Lamborghini, Maserati e Audi 
● Ícones: A grade frontal em formato de boca de peixe 
● Slogan: Power, beauty, soul. 
● Website: www.astonmartin.com.br 


A marca no mundo 
Com produção limitada, entre 3.500 e 4.000 unidades por ano, a gloriosa marca britânica comercializa seus exclusivos e luxuosos veículos em mais de 65 países ao redor do mundo, tendo como principais mercados a Europa, os Estados Unidos, a China e o Oriente Médio. 75% da produção da fábrica em Gaydon, na Inglaterra, é exportada para mais de 150 concessionárias localizadas em 44 países. 


Você sabia? 
A prestigiada marca inglesa mantém parcerias com marcas ícones do mercado de luxo como a dinamarquesa Bang & Olufsen, que assina os alto-falantes e o sistema de áudio dos carros; a Maison de champanhe Louis Roederer; a grife de sapatos artesanais John Lobb; e a fabricante de relógios de luxo Jaeger-LeCoultre. 
O cerimonial do casamento do príncipe William com Kate Middleton escolheu um ASTON MARTIN azul-escuro, modelo DB6, lançado em 1965, para transportar os noivos pelas ruas de Londres na união mais badalada do século. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Época Negócios, Isto é Dinheiro, Exame, Status e Quatro Rodas), jornais (Valor Econômico, Folha e Estadão), portais (UOL e Terra), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 1/4/2016

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